por Leonardo Cantinfras
Sejam todas e todos bem-vindos ao nosso novo quadro: Resenhas Cáusticas. Todos os sábados, eu, Leonardo Cantinfras, trarei resenhas de materiais do meu acervo pessoal, sejam discos, Eps, cds, demos, fitas k7 e livros voltados à música (ou não necessariamente). A ideia é mostrar minha perspectiva sobre estes lançamentos, os temas abordados e suas influências em nossas vidas.
Não tenho tudo em minha coleção, muito menos itens raros, mas a ideia é criar uma relação direta entre nós, criando um debate saudável e apresentando diferentes pontos de vista sobre a mesma obra.
Ainda darei dicas de onde encontrar alguns dos materiais mencionados, pois nem todos passaram pela nossa distribuição ou foram nossos lançamentos.
Agradecer de antemão o apoio dos parceiros que me inspiram e ajudam constantemente, com seus perfis voltados a resenhas excelentes de álbuns: Fabio Forni (@poraosonoro), Glauco (@cafedamanhaemusica), Luiz (@entre_ouca), Igor Giroto (@bailedocapiroto), pessoal do @4discos (Léo, Danilo, Gian e Marcelo) e muitas outras pessoas que se dedicam a nos trazer informação preciosa.
Vou finalizar citando um trecho da canção The Music, The Message do 7 Seconds que exemplifica muito bem a idéia de criar essas resenhas, que é enxergar além da música, entender o significado da expressão sonora: “Tanto uma parte de nós, tanto uma parte disso. Tanto uma parte de mim, tanto uma parte de você. Temos a música e a mensagem”
SEPULTURA – CHAOS A.D. (1993) Roadrunner Records
Para iniciar nossas Resenhas Cáusticas, trago um clássico absoluto do metal. Chaos A.D. chegou para mim em um momento crucial. Em seu ano de lançamento, já conhecia o álbum anterior Arise e estava começando a definir meu gosto musical, porém, esta obra-prima me deixou mais interessado em ir a fundo no significado da música.
Sob o comando do produtor Andy Wallace, o quarteto Max, Igor, Andreas e Paulo, voaram até o Reino Unido para gravar o álbum e nos presentear com quase 52 minutos de pura agressividade sonora. A banda acrescentou ao seu thrash/death metal característico, elementos de percussão tribal, música tradicional brasileira, muito groove e influências do punk/hardcore. Clássicos da banda estão presentes aqui, desde Refuse/Resist, Territory, Kaiowas, Biotech Is Godzilla até Clenched Fist. O disco ainda conta com covers de New Model Army e Titãs (para a versão nacional do álbum).
Contando com a participação de Evan Seinfeld (Biohazard) e Jello Biafra (Dead Kennedys) na composição de algumas letras, Max e Andreas abordaram ferozmente a explosão dos problemas sociais ao redor do mundo, levantando temas como a brutalidade policial, controle da mídia, questões religiosas e conflitos territoriais.
A arte de capa, assinada por Michael R. Whelan e intitulada Cacofonia, vem recheada de elementos e retrata com perfeição a essência do disco. De acordo com o artista, é uma espécie de tema anti-tecnologia, onde na época da criação ele se sentia oprimido pela manipulação de mídia (tema abordado na música Slave New World).
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Em minha coleção, tenho as versões nacionais de 93 em k7, CD, vinil, além de uma reprensagem alemã de 2006 em vinil 180 g (tamanha sua importância em meu crescimento musical). Há uma versão mais recente de 2017, com disco bônus remasterizado, que talvez seja possível de se encontrar nas lojas de discos.
E qual a opinião de vocês sobre este álbum?
Espero que gostem do conteúdo. Nos vemos no próximo sábado!
Ferx
16 de março de 2021 at 2:42 pmum dos melhores discos do metal nacional, e na minha opiniao o melhor do Sepultura até hoje!